Reflexões de um acamado
A dor cega-nos, remete-nos para a solidão, escuridão e silêncio. Inutiliza-nos. Só queremos morrer, quando a dor nos visita.
A princípio, apercebemo-nos de que algo não está bem: podemos vê-la chegar. Anuncia-se de forma simples: um simples instante de dor, e o pânico instala-se; o pânico das recordações de dores anteriores.
E quando começa, é como se fôssemos atingidos por um raio. Espalha-se rapidamente por todos os sítios que lhe são permitidos. Não podemos ver luz, não podemos ouvir nada, só podemos estar sozinhos, sem qualquer sinal de vida. E ela continua. Chegamos a um novo limiar de dor, passamos todos os níveis de resistência que supúnhamos ter e só queremos morrer a todo este sofrimento. Perdemos a razão e começamos a delirar.
E o que dizemos, pensamos, vemos e sentimos, é puro terror. Alguém está ao nosso lado, a puxar violentamente todos os nervos do nosso cérebro, a pôr-nos um ferro em brasa dentro da cabeça, a matar-nos lentamente da forma mais dolorosa possível. Deliramos até perdemos todo e qualquer contacto com a realidade e entramos num mundo surreal, adormecendo.
Mesmo no sonho, a dor continua presente. O sonho é sempre neutro; nunca se consegue perceber o que é que se passa, se é bom, se é mau, se sequer estamos vivos. Só se vêem imagens difusas e cinzentas acima de nós, como se estivéssemos num poço fundo. E quando acordamos, continuamos no fundo do poço.
Só que as imagens difusas tornam-se claras e são dos piores momentos da nossa vida. Tudo o que nos faz infeliz, tudo o que é difícil, tudo o que obsta à nossa felicidade. E parece-nos que vamos viver para sempre nessa noite escura, apenas com todas as coisas más da nossa vida por companhia. E continuamos a querer morrer.
E, finalmente, a dor passa. É como se nascêssemos outra vez. Só que não é alívio, pois sabemos que é uma questão de tempo até isto nos acontecer novamente. E é este o último, e talvez o pior, efeito da dor, pois ao sabermos isto, só nos apetece morrer.
A princípio, apercebemo-nos de que algo não está bem: podemos vê-la chegar. Anuncia-se de forma simples: um simples instante de dor, e o pânico instala-se; o pânico das recordações de dores anteriores.
E quando começa, é como se fôssemos atingidos por um raio. Espalha-se rapidamente por todos os sítios que lhe são permitidos. Não podemos ver luz, não podemos ouvir nada, só podemos estar sozinhos, sem qualquer sinal de vida. E ela continua. Chegamos a um novo limiar de dor, passamos todos os níveis de resistência que supúnhamos ter e só queremos morrer a todo este sofrimento. Perdemos a razão e começamos a delirar.
E o que dizemos, pensamos, vemos e sentimos, é puro terror. Alguém está ao nosso lado, a puxar violentamente todos os nervos do nosso cérebro, a pôr-nos um ferro em brasa dentro da cabeça, a matar-nos lentamente da forma mais dolorosa possível. Deliramos até perdemos todo e qualquer contacto com a realidade e entramos num mundo surreal, adormecendo.
Mesmo no sonho, a dor continua presente. O sonho é sempre neutro; nunca se consegue perceber o que é que se passa, se é bom, se é mau, se sequer estamos vivos. Só se vêem imagens difusas e cinzentas acima de nós, como se estivéssemos num poço fundo. E quando acordamos, continuamos no fundo do poço.
Só que as imagens difusas tornam-se claras e são dos piores momentos da nossa vida. Tudo o que nos faz infeliz, tudo o que é difícil, tudo o que obsta à nossa felicidade. E parece-nos que vamos viver para sempre nessa noite escura, apenas com todas as coisas más da nossa vida por companhia. E continuamos a querer morrer.
E, finalmente, a dor passa. É como se nascêssemos outra vez. Só que não é alívio, pois sabemos que é uma questão de tempo até isto nos acontecer novamente. E é este o último, e talvez o pior, efeito da dor, pois ao sabermos isto, só nos apetece morrer.
RCA
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